La teoría económica y la formulación de política económica y social: una crítica desde la perspectiva de los derechos humanos

Abstract

¿Qué supuestos teóricos hay detrás dela formulación de políticas sociales y económicas? En este trabajo contrastamos la perspectiva de la economía neoclásica (ortodoxa) con el enfoque basado en los derechos humanos, para luego aplicarlo específicamente a las políticas de salud. Las propuestas de formulación de política de la economía ortodoxa parten de una serie de supuestos a priori, altamente restrictivos y poco realistas, sobre el comportamiento de los agentes económicos y mercados. En base a estos supuestos, economistas neoclásicos deducen que las interacciones entre agentes económicos llevarán a un equilibrio de los mercados que será un óptimo de Pareto. En esta situación, la intervención del Estado sólo introducirá ineficiencias, pudiendo justificarse exclusivamente si el comportamiento de agentes económicos y mercados diverge de los supuestos iniciales y si los beneficios son mayores a los costos (medidos en términos individuales). El abordaje de derechos humanos tiene un punto de partida radicalmente diferente al de los economistas ortodoxos. Basándose en la Declaración Universal de los Derechos Humanos de 1948 y de un gran número de pactos, convenios y documentos posteriores, promueven la implementación plena y prioritaria de derechos humanos, incluyendo derechos económicos, sociales y culturales, como los derechosa la salud, educación, trabajo, y seguridad social, entre otros. Luego de analizar los fundamentos de las propuestas de política de la economía ortodoxa y de los derechos humanos, analizamos las diferencias entre ambos enfoques en lo que respecta a las políticas de salud. Nuestra conclusión es que el abordaje de los derechos humanos es superior desde el punto de vista de lograr mejoras en el bienestar de individuos y sociedades.

What theoretical assumptions underlie social and economic policymaking? In this paper, we contrast the perspective of neoclassical (orthodox) economics with the human rights-based approach, and then apply it specifically to health policies. Policymaking proposals in orthodox economics are based on a series of highly restrictive and unrealistic a priori assumptions about the behavior of economic agents and markets. Based on these assumptions, neoclassical economists deduce that interactions between economic agents will lead to a Pareto-optimal market equilibrium. In this situation, state intervention will only introduce inefficiencies, and can only be justified if the behavior of economic agents and markets diverges from the initial assumptions and if the benefits outweigh the costs (measured in individual terms). The human rights approach has a radically different starting point than that of orthodox economists. Based on the 1948 Universal Declaration of Human Rights and a large number of subsequent covenants, conventions, and documents, they promote the full and priority implementation of human rights, including economic, social, and cultural rights, such as the rights to health, education, work, and social security, among others. After analyzing the foundations of the policy proposals of orthodox economics and human rights, we analyze the differences between the two approaches with respect to health policies. Our conclusion is that the human rights approach is superior from the perspective of achieving improvements in the well-being of individuals and societies.

Quais pressupostos teóricos fundamentam a formulação de políticas sociais e econômicas? Neste artigo, contrastamos a perspectiva da economia neoclássica (ortodoxa) com a abordagem baseada em direitos humanos e, em seguida, a aplicamos especificamente às políticas de saúde. As propostas de formulação de políticas na economia ortodoxa baseiam-se em uma série de pressupostos a priori altamente restritivos e irrealistas sobre o comportamento dos agentes econômicos e dos mercados. Com base nesses pressupostos, os economistas neoclássicos deduzem que as interações entre os agentes econômicos levarão a um equilíbrio de mercado Pareto-ótimo. Nessa situação, a intervenção estatal apenas introduzirá ineficiências e só poderá ser justificada se o comportamento dos agentes econômicos e dos mercados divergir dos pressupostos iniciais e se os benefícios superarem os custos (medidos em termos individuais). A abordagem dos direitos humanos tem um ponto de partida radicalmente diferente daquele dos economistas ortodoxos. Com base na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 e em um grande número de pactos, convenções e documentos subsequentes, eles promovem a implementação plena e prioritária dos direitos humanos, incluindo direitos econômicos, sociais e culturais, como os direitos à saúde, educação, trabalho e seguridade social, entre outros. Após analisar os fundamentos das propostas políticas da economia ortodoxa e dos direitos humanos, analisamos as diferenças entre as duas abordagens em relação às políticas de saúde. Nossa conclusão é que a abordagem dos direitos humanos é superior na perspectiva de alcançar melhorias no bem-estar de indivíduos e sociedades.