En Argentina, en la actualidad, quienes gobiernan las empresas recuperadas atravesaron diversas situaciones traumáticas provocadas por una quiebra fraudulenta. En aquel momento, los prejuicios e ideologías de diversos sectores dominantes los estigmatizaron al concebirlos usurpadores, piqueteros, ladrones e Ilegítimos. Frente a este panorama, los que decidieron ocupar, resistir y enfrentar la lucha por su trabajo y dignidad, además, lo hicieron para decir su verdad y ser libres. Dejaron de ser operarios y propiedad de un patrón para ser sus propios jefes, y socios que obtuvieron un reconocimiento público legítimo y legal. Aprendieron a ser actores autónomos, que sostuvieron a veces premisas viejas y ajenas, simultáneamente a prácticas nuevas y genuinas modeladas en la acción. De este modo, pasaron a ser sujetos empoderados, propietarios y dueños de un saber hacer que pugna por los derechos de los trabajadores. Mediante el estudio de caso de la empresa recuperada “Textiles Pigüé”, se evidencia un modelo de gestión y desarrollo basado en valores cooperativos, eficiencia productiva e inclusión social. En este contexto, el siguiente artículo propone explicar cómo construye su identidad una empresa recuperada y cooperativa de trabajo, que fue una empresa de capital, a partir del relacionamiento simbólico y estratégico con otros y entre ellos.
In Argentina, those who govern recovered companies have gone through various traumatic situations caused by fraudulent bankruptcy. At the time, the prejudices and ideologies of various dominant sectors stigmatized them by conceiving them as usurpers, picketers, thieves, and illegitimate. Faced with this situation, those who decided to occupy, resist, and confront the struggle for their jobs and dignity did so to speak their truth and be free. They ceased to be workers and property of an employer to become their own bosses and partners who obtained legitimate and legal public recognition. They learned to be autonomous actors, sometimes upholding old and alien premises while simultaneously adopting new and genuine practices modeled in action. In this way, they became empowered subjects, owners, and masters of a know-how that fights for workers' rights. The case study of the recovered company "Textiles Pigüé" demonstrates a management and development model based on cooperative values, productive efficiency, and social inclusion. In this context, the following article proposes to explain how a recovered, cooperative company, which was once a capital-based enterprise, constructs its identity through symbolic and strategic relationships with others and among themselves.
Na Argentina, aqueles que governam empresas recuperadas passaram por diversas situações traumáticas causadas por falências fraudulentas. Na época, os preconceitos e ideologias de diversos setores dominantes os estigmatizaram, concebendo-os como usurpadores, piqueteiros, ladrões e ilegítimos. Diante dessa situação, aqueles que decidiram ocupar, resistir e enfrentar a luta por seus empregos e dignidade o fizeram para dizer sua verdade e ser livres. Deixaram de ser trabalhadores e propriedade de um empregador para se tornarem seus próprios patrões e sócios, que obtiveram reconhecimento público legítimo e legal. Aprenderam a ser atores autônomos, às vezes mantendo premissas antigas e alheias, ao mesmo tempo em que adotaram práticas novas e genuínas, modeladas na prática. Dessa forma, tornaram-se sujeitos empoderados, donos e mestres de um saber-fazer que luta pelos direitos dos trabalhadores. O estudo de caso da empresa recuperada "Têxteis Pigüé" demonstra um modelo de gestão e desenvolvimento baseado em valores cooperativistas, eficiência produtiva e inclusão social. Neste contexto, o artigo a seguir propõe explicar como uma empresa cooperativa recuperada, que antes era uma empresa baseada em capital, constrói sua identidade por meio de relações simbólicas e estratégicas com outras e entre si.