Este trabajo analiza las primeras conceptualizaciones estatales producidas en torno a asentamientos urbanos precarios en Buenos Aires. Se examina para ello el primer plan de desalojo masivo de "villas miseria" (el término local para urbanizaciones informales) en Argentina (Plan de Emergencia, 1956), junto con sus antecedentes conceptuales y su contexto político. Se propone que la idea estatal de "villa miseria" cristalizó en la Argentina de los años cincuenta en torno a dicho plan y en la intersección de dos escalas: nacional e interamericana. A nivel nacional, las tensiones entre adeptos y opositores al peronismo determinaron que este nuevo concepto urbano surgiría cargado de un fuerte sesgo político. Pero, además, en diálogo con organismos interamericanos, la matriz discursiva de esta conceptualización estuvo signada por agendas hemisféricas vinculadas a la Guerra Fría. A través de un estudio minucioso de fuentes históricas originales, el artículo reconstruye este proceso.
This article analyzes the first state conceptualizations of precarious urban settlements in Buenos Aires. To this aim we examine the first plan for the eviction of “villas miseria” (the local term for informal urbanizations) in Argentina (Emergency Plan, 1956) together with its conceptual antecedents and political context. It is argued that the state idea of “villa” crystallized in Argentina in the 1950s around this plan and at the intersection of two scales: national and inter-American. At the national level, the tensions between supporters and opponents of Peronism determined that this new urban concept would emerge with a strong political bias. But also, in dialogue with inter-American organizations, the discursive matrix of this conceptualization was marked by hemispheric agendas linked to the Cold War. The article reconstructs this process using a meticulous study of original historical sources.
Este artigo analisa as primeiras conceituações estatais produzidas em torno de assentamentos urbanos precários em Buenos Aires. Para tanto, examina-se o primeiro plano de despejo em massa de “villas miseria” (termo local para empreendimentos habitacionais informais) na Argentina (Plano de Emergência, 1956), juntamente com seu contexto conceitual e político. Propõe-se que a ideia estatal de "favela" se cristalizou na Argentina na década de 1950 em torno desse plano e na intersecção de duas escalas: nacional e interamericana. No nível nacional, as tensões entre apoiadores e opositores do peronismo fizeram com que esse novo conceito urbano surgisse com um forte viés político. Mas, além disso, em diálogo com organismos interamericanos, a matriz discursiva dessa conceituação foi marcada por agendas hemisféricas vinculadas à Guerra Fria. Por meio de um estudo aprofundado de fontes históricas originais, o artigo reconstrói esse processo.