La tesis aborda la cuestión de la democratización de la universidad desde una perspectiva filosófica-política.
Comienza haciendo un recorrido por algunos de los sentidos que fue adquiriendo la idea de democratización de la universidad en nuestro país en los últimos años; al tiempo que intenta dar cuenta de los fundamentos teóricos y de la tradición de pensamiento político y/o filosófico que subyacen al interior de esos modos de comprenderla.
Posteriormente, tomando distancia de los supuestos en los que descansan los debates predominantes sobre el tema, y apoyándose principalmente en los aportes teóricos de Jacques Rancière y Eduardo Rinesi procura recomponer otro modo de entender no sólo la democratización de la universidad sino también los procesos de democratización en general, la lucha política, la democracia, los derechos, la igualdad y las relaciones entre éstas y otras tantas nociones de la política.
En ese marco, cuestiona la noción de democratización entendida como transición o progreso hacia una democracia bien ordenada y consensual, así como su concreción o realización como proceso meramente institucional de inclusión identitaria y reducción de las desigualdades sociales.
En su lugar propone entender la democratización como la forma misma de la democracia, y a ésta como la subjetivación de la política, es decir como el encuentro conflictivo entre un orden existente y aquello que pugna por subvertirlo. En ese sentido, los procesos de democratización son entendidos como procesos constituidos por un doble movimiento: un movimiento de subjetivación en el marco del cual las diferentes acciones de lucha, disputa participación de los sujetos pueden transformar, redefinir, resignificar lo instituido y las instituciones, aquello que forma parte de la vida en común; y un movimiento de objetivación, institucional o "formal", en manos de las minorías que gobiernan, gestionan, administran las instituciones, que define, determina y genera las particiones de lo común.
Si bien ambos movimientos pertenecen a lógicas heterogéneas y son inconmensurables entre sí, sin embargo ambos se requieren mutuamente y no puede existir uno sin el otro. En otras palabras, para que haya democratización, se transforme efectivamente lo instituido y se actualice el principio de la igualdad, son necesarios dos componentes: que existan sujetos que, mediante diferentes acciones, ponen en cuestión y desordenan los repartos existentes de lo común, y que las minorías que gobiernan, gestionan, administran las instituciones -estatales o universitarias- generen las condiciones para transformar efectivamente las particiones establecidas.
En nuestras democracias modernas esos repartos se dan bajo la forma de derechos que declaran y reconocen formalmente la igualdad entre "los hombres" inscrita en la ley. Sin embargo será solo el régimen político que genere las condiciones necesarias para ejercerlos, el que a partir de la igualdad radical produzca efectos de igualdad. Con lo cual, y aunque va de suyo, la tesis afirma con toda claridad que no da lo mismo cualquier gobierno de Estado, como así tampoco cualquier administración de la universidad pública.
This thesis addresses the issue of university democratization from a philosophical-political perspective.
It begins by reviewing some of the meanings that the idea of university democratization has acquired in our country in recent years, while also attempting to account for the theoretical foundations and traditions of political and/or philosophical thought that underlie these ways of understanding it.
Subsequently, distancing itself from the assumptions underlying the predominant debates on the topic, and relying primarily on the theoretical contributions of Jacques Rancière and Eduardo Rinesi, it seeks to reconstruct another way of understanding not only the democratization of the university but also democratization processes in general, political struggle, democracy, rights, equality, and the relationships between these and many other notions of politics. In this context, it questions the notion of democratization understood as a transition or progress toward a well-ordered and consensual democracy, as well as its concretization or realization as a merely institutional process of identity-based inclusion and the reduction of social inequalities.
Instead, it proposes understanding democratization as the very form of democracy, and democratization as the subjectivation of politics, that is, as the conflictual encounter between an existing order and that which strives to subvert it. In this sense, democratization processes are understood as processes constituted by a double movement: a movement of subjectivation within which the different actions of struggle, dispute, and participation of subjects can transform, redefine, and redefine the established and the institutions, that which is part of common life; and a movement of objectivation, institutional or "formal," in the hands of the minorities that govern, manage, and administer the institutions, which defines, determines, and generates the divisions of the common. While both movements belong to heterogeneous logics and are incommensurable, both nevertheless require each other, and one cannot exist without the other. In other words, for democratization to occur, for what is established to be effectively transformed, and for the principle of equality to be actualized, two components are necessary: the existence of subjects who, through various actions, question and disrupt the existing distributions of the common good, and the existence of the minorities that govern, manage, and administer institutions—state or university—to generate the conditions for effectively transforming the established divisions.
In our modern democracies, these distributions take the form of rights that formally declare and recognize the equality among "men" enshrined in the law. However, only the political regime that generates the necessary conditions for exercising them, that, based on radical equality, will produce the effects of equality. Thus, and although it goes without saying, the thesis clearly states that any state government is not the same, nor is any public university administration.
A tese aborda a questão da democratização da universidade a partir de uma perspectiva filosófico-política.
Começa por rever alguns dos significados que a ideia de democratização da universidade adquiriu no nosso país nos últimos anos; ao mesmo tempo em que tenta explicar os fundamentos teóricos e a tradição do pensamento político e/ou filosófico que fundamentam essas formas de compreendê-lo.
Posteriormente, distanciando-se dos pressupostos em que se baseiam os debates predominantes sobre o tema e apoiando-se principalmente nas contribuições teóricas de Jacques Rancière e Eduardo Rinesi, busca reconstruir outra forma de compreender não apenas a democratização da universidade, mas também os processos de democratização em geral, a luta política, a democracia, os direitos, a igualdade e as relações entre estas e tantas outras noções de política.
Nesse contexto, questiona-se a noção de democratização entendida como transição ou progresso em direção a uma democracia bem ordenada e consensual, bem como sua concretização ou realização como um processo puramente institucional de inclusão identitária e redução das desigualdades sociais.
Em vez disso, ele propõe entender a democratização como a própria forma de democracia, e a democracia como a subjetivação da política, isto é, como o encontro conflituoso entre uma ordem existente e aquela que se esforça para subvertê-la. Neste sentido, os processos de democratização são entendidos como processos constituídos por um duplo movimento: um movimento de subjetivação no âmbito do qual as diferentes ações de luta, disputa, participação dos sujeitos podem transformar, redefinir, ressignificar o que está estabelecido e as instituições, aquilo que faz parte da vida em comum; e um movimento de objetificação, institucional ou "formal", nas mãos das minorias que governam, gerem, administram as instituições, que define, determina e gera as partilhas do comum.
Embora ambos os movimentos pertençam a lógicas heterogêneas e sejam incomensuráveis entre si, eles, no entanto, requerem um ao outro e um não pode existir sem o outro. Em outras palavras, para que ocorra a democratização, para que o estabelecido seja efetivamente transformado e para que o princípio da igualdade se concretize, são necessários dois componentes: que haja sujeitos que, por meio de diferentes ações, questionem e rompam as distribuições existentes do bem comum, e que as minorias que governam, gerem e administram as instituições — estatais ou universitárias — gerem as condições para que as divisões estabelecidas sejam efetivamente transformadas.
Em nossas democracias modernas, essas distribuições assumem a forma de direitos que declaram e reconhecem formalmente a igualdade entre "homens" consagrada na lei. Entretanto, somente o regime político que criar as condições necessárias para seu exercício produzirá os efeitos de uma igualdade baseada na igualdade radical. Assim, e embora seja evidente, a tese afirma claramente que nenhum governo estadual é igual, nem tampouco nenhuma administração universitária pública.