Jueces, figuras jurídicas y conflictos urbano-ambientales : la causa “Mendoza” en Argentina

Abstract

Existe un gran interés en el estudio en torno al papel de los jueces en productividad de los conflictos, y una literatura emergente en estos temas. Sin embargo, no se ha estudiado, el papel de los mecanismos a los que acude el juez para alcanzar determinados objetivos y cómo esta intermediación puede incidir en la producción de otras consecuencias. En ese sentido, esta investigación doctoral se focaliza en la relación entre los estilos de actuación de los jueces, las figuras jurídicas y algunos efectos de la “productividad jurídica y territorial de los conflictos urbano-ambientales. Este objetivo general se estudia a partir de un caso instrumental, que, a pesar de su atipicidad, es ilustrativo de aspectos que no son visibles en otros casos: la implementación del mandato judicial “limpieza de márgenes” en las riberas del río Matanza Riachuelo en el marco de la causa “Mendoza” en Argentina en el período 2009-2017. Este estudio combina las teorías de la productividad social del conflicto y de los efectos del activismo judicial. Asimismo, se nutre de conceptos de la teoría y sociología jurídica, geografía legal, antropología jurídica, etnografía judicial y de estudios urbanos y ambientales. La investigación explica cómo los distintos modos de actuación de los jueces encargados de la implementación del mandato “limpieza de márgenes” (establecido por la Corte Suprema de Justicia de la Nación) y las figuras jurídicas (principalmente el camino de sirga), intermedian en la productividad jurídica y territorial del conflicto en las riberas del río Matanza Riachuelo. Esto se estudia, particularmente en: a) los nuevos significados de las figuras, b) la resignificación del conflicto, c) la definición del espacio ribereño y d) el diseño y ejecución de la política de vivienda. Esta intermediación no es exclusiva, pero sí definitoria y se explica principalmente por dos elementos. El primero se refiere al estilo resignificador de uno de los jueces, quien activa la figura jurídica “camino de sirga” con argumentos ambientales para legitimar inusuales procedimientos jurídicos relacionados con: (a) la implementación de un proyecto urbano ambiental, (b) restricciones al transporte fluvial y terrestre y (c) procesos de relocalización de villas y asentamientos precarios. El segundo elemento es la dimensión espacial de la figura jurídica mencionada, en tanto se ancla en un concreto tiempo y territorio que toma contacto con los actores a partir de una delimitación precisa.

There is a growing interest in the role of judges in the social productivity of conflicts. However, the role of instruments used by judges to achieve some objectives, has not been studied, neither how this intermediation can produce consequences. In this sense, the doctoral research focuses on the relationship between judges’ modes of performances, legal categories and some effects of urban and environmental conflict productivity (mainly territorial and juridical ones). This central objective is analyzed in an instrumental case study, which, in spite of its atypicality, illustrates aspects that are not visible in other cases: the judicial implementation of “river banks clean-up” objective in Matanza Riachuelo river banks in the case “Mendoza” in Argentina (2009-2017). The theoretical framework combines theories from social productivity of conflict and the effects of judicial activism. Likewise, it is based on some concepts from legal theories, legal geography, legal anthropology and urban and environmental studies. The research explains how judges in charge of the implementation of “river banks clean up” objetive (established by The Argentinian Supreme Court of Justice) and legal categories (especially camino de sirga), intermediate in the juridical and territorial productivity of conflict in the Matanza Riachuelo river banks. It is particularly analyzed in: 1) new understandings of legal categories, 2) the resignification of the conflict; 3) the definition of the riverside space, and 4) housing policy design and implementation. This intermediation is not exclusive but relevant and are mainly explained by two elements. The first one refers to the resignificating style of one of the judges who activates camino de sirga with environmental arguments in order to legitimate unusual juridical proceedings related to (i) the implementation of an urban and environmental project, (ii) transportation restrictions on the river and on the river banks (iii) processes of relocation of informal urban settlements. The second element is the spatial dimension of camino de sirga which is embedded in a specific time and terrritory that makes contact with different actors because of its precise delimitation.

Existe um grande interesse no estudo sobre o papel dos juízes na produtividade dos conflitos, e uma literatura emergente sobre esses temas. No entanto, ainda não foi estudado o papel dos mecanismos a que recorrem os juízes para alcançar determinados objetivos e como essa intermediação pode incidir na produção de outras consequências. Nesse sentido, esta pesquisa de doutorado focaliza a relação entre os estilos de atuação dos juízes, as figuras jurídicas e alguns efeitos da "produtividade jurídica e territorial dos conflitos urbano-ambientais". Esse objetivo geral é estudado a partir de um caso instrumental que, apesar de sua atipicidade, é ilustrativo de aspectos que não são visíveis em outros casos: a implementação do mandato judicial de “limpeza das margens” nas ribeiras do rio Matanza-Riachuelo, no âmbito do processo "Mendoza" na Argentina, no período de 2009 a 2017. Este estudo combina as teorias da produtividade social do conflito e dos efeitos do ativismo judicial. Além disso, apoia-se em conceitos da teoria e sociologia jurídica, geografia legal, antropologia jurídica, etnografia judicial e estudos urbanos e ambientais. A pesquisa explica como os diferentes modos de atuação dos juízes encarregados da implementação do mandato de “limpeza das margens” (estabelecido pela Corte Suprema de Justiça da Nação) e as figuras jurídicas (principalmente o camino de sirga), intermedeiam a produtividade jurídica e territorial do conflito nas margens do rio Matanza-Riachuelo. Este processo é estudado, particularmente, em: a) os novos significados das figuras, b) a ressignificação do conflito, c) a definição do espaço ribeirinho e d) o desenho e a execução da política habitacional. Essa intermediação não é exclusiva, mas sim definidora, e se explica principalmente por dois elementos. O primeiro refere-se ao estilo ressignificador de um dos juízes, que ativa a figura jurídica camino de sirga com argumentos ambientais para legitimar procedimentos jurídicos incomuns relacionados com: (a) a implementação de um projeto urbano-ambiental, (b) restrições ao transporte fluvial e terrestre e (c) processos de relocalização de favelas e assentamentos precários. O segundo elemento é a dimensão espacial da figura jurídica mencionada, pois ela se ancora em um tempo e território concretos, estabelecendo contato com os atores a partir de uma delimitação precisa.