Este escrito explora de qué manera los trabajadores vinculados al ferrocarril reconfiguraron sus lazos de pertenencia en la comunidad ferroviaria de Victoria, en la provincia de Buenos Aires, frente a la profundización del modelo neoliberal. Se trató de un momento en el que se impusieron despidos masivos, jubilaciones anticipadas y el cierre de ramales y galpones que colocaron en situación crítica la actividad ferroviaria, aquella alrededor de la cual cientos de hombres y mujeres habían edificado sus vidas. Inscripto en la historia social y sus cruces con la perspectiva de género, este trabajo abordará el estudio de diversos aspectos y dimensiones de la vida de esa comunidad que se vuelven relevantes para comprender ese complejo pasado. En especial, se detendrá en el análisis del trabajo ferroviario, las instancias de confrontación con las patronales y las relaciones de sociabilidad gestadas durante el tiempo libre buscando desentrañar qué nociones mantuvieron unidos a los miembros de la comunidad en tiempos de la concesión de los ferrocarriles a empresas privadas, pero también qué tensiones y disputas formaron parte de las experiencias de lucha de ese sector de la clase trabajadora en ese entonces.
This article explores how railway workers reconfigured their ties of belonging in the railway community of Victoria, in the province of Buenos Aires, in the face of the deepening of the neoliberal model. This was a time of massive layoffs, early retirements, and the closure of branches and warehouses, placing the railway industry, the area around which hundreds of men and women had built their lives, in a critical situation. Based on social history and its intersections with a gender perspective, this article will address the study of various aspects and dimensions of the life of this community that become relevant to understanding this complex past. In particular, it will focus on the analysis of railway work, the instances of confrontation with employers, and the social relationships that developed during leisure time, seeking to unravel the notions that held community members together during the times the railways were granted to private companies, but also what tensions and disputes formed part of the struggles of this sector of the working class at that time.
Este artigo explora como os trabalhadores ferroviários reconfiguraram seus laços de pertencimento na comunidade ferroviária de Victoria, na província de Buenos Aires, diante do aprofundamento do modelo neoliberal. Trata-se de um período de demissões em massa, aposentadorias precoces e fechamento de filiais e armazéns, colocando a indústria ferroviária, área em torno da qual centenas de homens e mulheres construíram suas vidas, em uma situação crítica. A partir da história social e de suas intersecções com a perspectiva de gênero, este artigo abordará o estudo de vários aspectos e dimensões da vida dessa comunidade que se tornam relevantes para a compreensão desse passado complexo. Em particular, concentrar-se-á na análise do trabalho ferroviário, nas instâncias de confronto com os empregadores e nas relações sociais que se desenvolveram durante o tempo de lazer, buscando desvendar as noções que uniam os membros da comunidade durante o período em que as ferrovias eram concedidas a empresas privadas, mas também quais tensões e disputas faziam parte das lutas desse setor da classe trabalhadora naquele momento.