El libro Tecnologías Abiertas para la Gestión de Organizaciones de la Economía Social y Solidaría merece ser destacado por muchas razones y aspectos. Quizás aquí convenga subrayar dos de ellos: la finalidad de su contenido y la forma en que fue elaborado. En efecto, este libro es el resultado de un trabajo en conjunto, de un diálogo entre una universidad pública, la Universidad Nacional de General Sarmiento, y una cooperativa tecnológica, gcoop. En el marco de un proyecto auspiciado por la Secretaria de Políticas Universitaria, estos dos actores reflexionaron en conjunto, definieron una agenda de temas a partir de la cual elaboraron diagnósticos y propuestas, generaron una síntesis entre sus prácticas, sus experiencias y sus ideas. Desde lugares diferentes, lograron potenciar sus aportes a partir de una combinación virtuosa y crearon un texto tan original como oportuno. Este es el andamiaje que estructura a este libro. La riqueza de este método de elaboración explica, en buena medida, por qué este libro logra avances significativos en una agenda donde los desafíos escalan y se multiplican. Así es, las organizaciones de la economía social y solidaria apuestan en grande: no solo cargan con la obligación de resolver en tiempo y forma la prestación de servicios o la elaboración de productos; si no que también buscan que sus prácticas se amolden a principios alternativos a los que surgen de la maximización de los beneficios y la multiplicación del capital. Persiguen la reproducción ampliada de la vida, prioridad que relega el lucro y la obtención de plusvalía a una posición subordinada. Sin duda, atender ambos frentes, la resolución práctica del quehacer productivo y el diseño e implementación de esquemas de trabajo alternativos a las prácticas consagradas por el “mercado”, enfrenta a quienes gestionan estas organizaciones a un escenario muy complejo y exigente. Crear y llevar a la práctica un modelo de gestión específico, propio, y coherente con un sistema alternativo de prioridades, se vuelve, por lo tanto, un imperativo para que la economía social y solidaria se desarrolle. Sin atender esta condición, el proyecto social y político que subyace puede frustrarse, a pesar de las mejores intenciones. Para superar este obstáculo, esto es, para conformar un nuevo modelo de gestión de estas iniciativas, resulta necesario acompañar la mirada conceptual con herramientas prácticas que expresen un sistema que, seguramente, tendrá una configuración diferente a la que vertebra a una gran organización o a una empresa moldeada por la lógica del capital.
The book "Open Technologies for the Management of Social and Solidarity Economy Organizations" deserves to be highlighted for many reasons and aspects. Perhaps two of them are worth highlighting here: the purpose of its content and the way it was prepared. Indeed, this book is the result of a collaborative effort, a dialogue between a public university, the National University of General Sarmiento, and a technological cooperative, gcoop. Within the framework of a project sponsored by the Secretariat of University Policies, these two actors reflected together, defined an agenda of topics from which they developed diagnoses and proposals, and generated a synthesis of their practices, experiences, and ideas. From different perspectives, they were able to leverage their contributions through a virtuous combination and created a text as original as it was timely. This is the framework that structures this book. The richness of this development method largely explains why this book achieves significant progress on an agenda where challenges escalate and multiply. Indeed, social and solidarity economy organizations are betting big: not only do they bear the obligation to provide services or produce products in a timely manner; they also seek to ensure that their practices conform to alternative principles to those arising from profit maximization and capital multiplication. They pursue the expanded reproduction of life, a priority that relegates profit and the acquisition of surplus value to a subordinate position. Undoubtedly, addressing both fronts—the practical resolution of productive tasks and the design and implementation of alternative work schemes to market-established practices—faces those who manage these organizations with a very complex and demanding scenario. Creating and implementing a specific, unique management model, consistent with an alternative system of priorities, therefore becomes imperative for the development of the social and solidarity economy. Without addressing this condition, the underlying social and political project can be frustrated, despite the best intentions. To overcome this obstacle—that is, to develop a new management model for these initiatives—it is necessary to complement the conceptual approach with practical tools that express a system that will surely have a different configuration than that of a large organization or a company shaped by the logic of capital.
O livro Tecnologias Abertas para a Gestão de Organizações da Economia Social e Solidária merece destaque por vários motivos e aspectos. Talvez valha a pena destacar aqui dois deles: a finalidade do seu conteúdo e a forma como foi elaborado. Com efeito, este livro é o resultado de um trabalho conjunto, de um diálogo entre uma universidade pública, a Universidade Nacional de General Sarmiento, e uma cooperativa tecnológica, a gcoop. No âmbito de um projeto patrocinado pela Secretaria de Políticas Universitárias, esses dois atores refletiram juntos, definiram uma agenda de temas a partir da qual desenvolveram diagnósticos e propostas, geraram uma síntese entre suas práticas, suas experiências e suas ideias. De diferentes lugares, conseguiram valorizar suas contribuições através de uma combinação virtuosa e criaram um texto tão original quanto atual. Este é o andaime que estrutura este livro. A riqueza deste método de preparação explica, em grande medida, por que este livro faz progressos significativos numa agenda onde os desafios aumentam e se multiplicam. É isso mesmo, as organizações da economia social e solidária apostam alto: não só têm a obrigação de resolver atempadamente a prestação de serviços ou a produção de produtos; mas também procuram garantir que as suas práticas estejam em conformidade com princípios alternativos aos que surgem da maximização dos lucros e da multiplicação do capital. Perseguem a reprodução ampliada da vida, prioridade que relega o lucro e a obtenção de mais-valia a uma posição subordinada. Sem dúvida que a abordagem de ambas as frentes, a resolução prática das tarefas produtivas e a concepção e implementação de esquemas de trabalho alternativos às práticas consagradas pelo “mercado”, confronta quem gere estas organizações com um cenário muito complexo e exigente. Criar e pôr em prática um modelo de gestão específico, próprio e coerente com um sistema alternativo de prioridades, torna-se, portanto, um imperativo para o desenvolvimento da economia social e solidária. Sem abordar esta condição, o projecto social e político subjacente pode ser frustrado, apesar das melhores intenções. Para superar esse obstáculo, ou seja, formar um novo modelo de gestão para essas iniciativas, é necessário acompanhar a visão conceitual com ferramentas práticas que expressem um sistema que certamente terá uma configuração diferente daquela que estrutura uma grande organização ou uma empresa moldada pela lógica do capital.