La vida en los bordes : reflexiones sobre el acceso a las tecnologías y la inclusión digital

Abstract

Este artículo presenta reflexiones sobre el estudio del problema de la inclusión digital, apoyadas en resultados de investigaciones empíricas cuantitativas y cualitativas, realizadas en el Observatorio de Usos de Medios Interactivos (OUMI) de la UNGS en Argentina y en el análisis de datos secundarios. La propuesta que realiza el OUMI para el análisis de este tipo de procesos desde una perspectiva sociocultural, se apoya en un dispositivo compuesto por cuatro dimensiones entramadas: acceso a las tecnologías, usos (apropiación), autoconfianza y participación. Aquí se enfoca la cuestión del acceso físico a las tecnologías, observando: a) que se ha producido en los últimos cinco años un aumento en esta clase de acceso por parte de la población; b) que la telefonía celular tiene la principal incidencia en el acceso a internet, favoreciendo un tipo de inclusión (en el mercado) digital; c) que la repercusión de las políticas públicas de inclusión digital sobre este tipo de acceso es relativa y obedece a una temporalidad demorada respecto del desarrollo tecnológico y la cultura digital; d) que la innovación tecnológica, el mercado y la publicidad imponen las fronteras siempre móviles del universo en el que se espera estar incluidos y e) que la mayoría de la población vive en los bordes del entorno digital: percepción simbólica de pertenencia, inclusión en el mercado de consumo, pero extrañamiento respecto del entorno digital como entorno de aprendizaje sobre el lenguaje de la producción digital y el acceso complejo a la información.

This article presents reflections on the study of the problem of digital inclusion, supported by results of quantitative and qualitative empirical research, carried out in the Observatory of Interactive Media Uses (OUMI) of the UNGS in Argentina and in the analysis of secondary data. The proposal made by the OUMI for the analysis of this type of processes from a sociocultural perspective is based on a device composed of four interwoven dimensions: access to technologies, uses (appropriation), self-confidence and participation. Here the issue of physical access to technologies is focused, observing: a) that in the last five years there has been an increase in this type of access by the population; b) that cell phones have the main impact on Internet access, favoring a type of digital inclusion (in the market); c) that the impact of public digital inclusion policies on this type of access is relative and is due to a delayed temporality with respect to technological development and digital culture; d) that technological innovation, the market and advertising impose the ever-moving borders of the universe in which one expects to be included and e) that the majority of the population lives on the edges of the digital environment: symbolic perception of belonging, inclusion in the consumer market, but estrangement from the digital environment as a learning environment about the language of digital production and complex access to information.

Este artigo apresenta reflexões sobre o estudo do problema da inclusão digital, apoiadas em resultados de pesquisas empíricas quantitativas e qualitativas, realizadas no Observatório de Usos de Mídias Interativas (OUMI) da UNGS na Argentina e na análise de dados secundários. A proposta do OUMI para a análise deste tipo de processos numa perspectiva sociocultural baseia-se num dispositivo composto por quatro dimensões entrelaçadas: acesso às tecnologias, usos (apropriação), autoconfiança e participação. Aqui é focada a questão do acesso físico às tecnologias, observando: a) que nos últimos cinco anos houve um aumento deste tipo de acesso por parte da população; b) que o celular tem o principal impacto no acesso à Internet, favorecendo uma forma de inclusão digital (no mercado); c) que o impacto das políticas públicas de inclusão digital neste tipo de acesso é relativo e se deve a uma temporalidade atrasada no que diz respeito ao desenvolvimento tecnológico e à cultura digital; d) que a inovação tecnológica, o mercado e a publicidade impõem as fronteiras sempre móveis do universo em que se espera estar incluído e e) que a maioria da população vive às margens do ambiente digital: percepção simbólica de pertencimento, inclusão no mercado consumidor, mas distanciamento do ambiente digital como ambiente de aprendizagem sobre a linguagem da produção digital e do complexo acesso à informação.