¿Qué se iniciaba y qué terminaba en aquel simbólico y memorable 10 de diciembre de 1983? Acaso el traspaso institucional del poder político, y una retórica de la democracia cimentada en la ética de la justicia y el pluralismo pregonados por Alfonsín no sean suficientes para comprender esa coyuntura, lo que tuvo como posibilidades, aunque tenues. En una mirada más amplia, cabría preguntarse por la espesura del período histórico que se abriera al menos desde mediados de 1982 con la guerra de Malvinas y que encontrara un principio de cierre en los levantamientos carapintadas de 1987. En esa particular coyuntura, el vocablo democracia fue paulatinamente equiparado con Estado de derecho. Como binomio medular, ambos términos se constituyeron en un punto de partida desde donde se articuló presente y futuro, condición y posibilidad. La política, por su parte, fue restringiéndose a sus versiones consensuales y representativas. Sin embargo, diversos actores -entre ellos la militancia estudiantil universitaria- pusieron en juego un conjunto de prácticas, discursos, sentidos y representaciones que intervinieron y redefinieron las fronteras de lo enunciable, y de los modos de producir política, en una escena dialógica atravesada por la carga traumática del pasado reciente. En ese marco, el libro que aquí presentamos explora algunos de los debates, disputas e interrogantes que atravesaron la década de 1980, a partir del derrotero de un actor específico, el activismo estudiantil de la Universidad Nacional de La Pampa (UNLPam). En tanto actor social, su experiencia y performance resulta de la articulación de dinámicas sociopolíticas nacionales y regionales, constituyendo un punto de acceso privilegiado para examinar los empalmes y conflictos, tanto de la especificidad universitaria como de la más amplia arena social y política del país durante la década de 1980.What began and what ended on that symbolic and memorable December 10, 1983? Perhaps the institutional transfer of political power, and a rhetoric of democracy based on the ethics of justice and pluralism proclaimed by Alfonsín, are not enough to understand that situation, which had possibilities, although tenuous. In a broader view, one might wonder about the depth of the historical period that opened at least in mid-1982 with the Malvinas war and that found a beginning of closure in the Carapintada uprisings of 1987. In that particular juncture, the word democracy It was gradually equated with the rule of law. As a core binomial, both terms constituted a starting point from which present and future, condition and possibility, were articulated. Politics, for its part, was restricted to its consensual and representative versions. However, various actors - among them the university student militancy - put into play a set of practices, discourses, meanings and representations that intervened and redefined the borders of what can be stated, and of the ways of producing politics, in a dialogic scene crossed by the traumatic burden of the recent past. Within this framework, the book we present here explores some of the debates, disputes and questions that crossed the 1980s, based on the path of a specific actor, the student activism of the National University of La Pampa (UNLPam). As a social actor, his experience and performance results from the articulation of national and regional sociopolitical dynamics, constituting a privileged access point to examine the connections and conflicts, both of the university specificity and of the broader social and political arena of the country during the 1980s.O que começou e o que terminou naquele simbólico e memorável 10 de dezembro de 1983? Talvez a transferência institucional do poder político e uma retórica da democracia baseada na ética da justiça e do pluralismo proclamada por Alfonsín não sejam suficientes para compreender aquela situação, que tinha possibilidades, embora tênues. Numa visão mais ampla, pode-se perguntar sobre a profundidade do período histórico que se iniciou pelo menos em meados de 1982 com a guerra das Malvinas e que encontrou um início de encerramento nas revoltas de Carapintada de 1987. Nessa conjuntura particular, a palavra democracia foi gradualmente equiparado ao Estado de direito. Como binômio central, ambos os termos constituíram um ponto de partida a partir do qual se articularam presente e futuro, condição e possibilidade. A política, por sua vez, restringiu-se às suas versões consensuais e representativas. Contudo, diversos atores - entre eles a militância estudantil universitária - colocaram em jogo um conjunto de práticas, discursos, sentidos e representações que intervieram e redefiniram as fronteiras do que pode ser dito, e dos modos de produzir política, numa cena dialógica atravessada pelo fardo traumático do passado recente. Neste quadro, o livro que aqui apresentamos explora alguns dos debates, disputas e questões que atravessaram a década de 1980, a partir da trajetória de um ator específico, o ativismo estudantil da Universidade Nacional de La Pampa (UNLPam). Como ator social, a sua experiência e atuação resultam da articulação de dinâmicas sociopolíticas nacionais e regionais, constituindo um ponto de acesso privilegiado para examinar as conexões e os conflitos, tanto da especificidade universitária como da arena social e política mais ampla do país durante o período década de 1980.Fil: Monasterolo, Elvio. Universidad Nacional de La Pampa. Facultad de Ciencias Humanas; Argentina.