Resumen:
Paul Singer foi uma ser humano sui generis. Dono de uma inteligência autodidata, de uma capacidade cuidadosa de observar o mundo, de uma humildade e de uma generosidade sem igual. Singer faleceu recentemente, no dia 16 de abril de 2018, deixando um legado político, acadêmico e pessoal que reflete como referência para milhares de intelectuais e ativistas que trabalham por uma sociedade justa e solidária. A história de Paul Singer se confunde com a história de luta pela democracia no Brasil. De família judia da Áustria, Singer e os seus se refugiaram no Brasil em 1932, quando o professor tinha 8 anos de idade e a família fugia do regime fascista de Hitler. Foi líder de um movimento de jovens sionista de inclinação socialista, líder sindical, fundador do Partido dos Trabalhadores e referência para seu programa econômico; foi referência intelectual primeiro sobre os temas do crescimento econômico e desenvolvimento social, depois sobre a perspectiva de uma utopia militante e, finalmente, sobre a tão querida economia solidária. Contribuiu com a produção do conhecimento no Brasil com dezenas de livros, artigos, conferências e entrevistas. Contudo, toda a sua produção foi orientada por aquele compromisso fundamental assumido quando decidiu permanecer no Brasil: buscar os caminhos para que o socialismo democrático se tornasse uma opção para a sociedade brasileira. A economia solidária era, para Singer, uma materialização clara de uma proposta socialista. Singer sobreviveu ao nazismo, ao golpe de 64 e tantas outras lutas, não se abatia nas crises. Buscava sempre olhar para o horizonte, para a utopia de uma sociedade justa e solidária, com otimismo e a certeza de que a luta vale a vida. Eis aqui, a história e o exemplo de um homem que não mediu esforços pela luta democrática e pela construção de uma outra economia.